sábado, 23 de janeiro de 2010

Máscara





Mascaremos então o dia a dia
A cada noite mais distante dessa nossa agonia
Vivamos felizes com essa falsa folia
E presenteemos a dor com a nossa ilustre rebeldia

Que se rebelem os sentimentos
e entrem em greve esses nossos lamentos
Que sejam bem distribuídos e eternos
ou se calem pra sempre em meios mais ternos

Justos sejam, então pois
Os sentimentos que se relacionam com os outros
Para que se olhe o que vem depois
Com olhos iguais e soltos

Nessa direção que caminham
a linha tênue entre ódio e amor
que em nosso olhar sibilam
tão iguais em profunda dor

Sofrer por ambos é, então, normal
Sentimentos que tornam a situação igual
Soframos de mentira então
com dor ou com amor ao chão

Mascaremos a dor com o amor
E o sorriso de rancor
Que sairá do rufar do nosso tambor
Assistenciará essa tendência de fim para a dor

Abra seu sorriso, feche seu rosto
de qualquer maneira fugaz
com a mascará que seu coração trás
liberte a solidão para o fim do sofrer penoso

De norte a sul deste Mundo ou País
tanto faz, sigamos você e eu
transformemos cores em gris
Perfeitamente feita para bel prazer seu

De não mais sorrir
Mas não mais chorar
De apenas existir
E nunca mais se atrever a sonhar

Por que o vôo é um presente
E só os anjos os conseguem
Pois eles estão cientes
De que mortais não os seguem

Deixe em paz a solene tentação
de viver e atrever
Mascaremos essa emoção
de chorar pelo bem de seu fiel querer